24 de setembro foi um dia importante para a NASA – foi quando a cápsula pousou na Terra OSIRIS-REx com detritos do asteróide Bennu, que vagou pelo espaço desde os primeiros dias do nosso sistema solar. Isto significa que estas amostras podem dizer-nos como era o nosso ambiente cósmico muito antes de chegarmos aqui.
A cápsula, lançada em 2016, estava dentro de uma espaçonave que viajou 4 bilhões de quilômetros para chegar a Bennu. Ao se aproximar do asteroide, a sonda conseguiu coletar algum material da superfície com a ajuda de um braço mecânico. Os cientistas esperavam obter pelo menos 60 g de material Bennu, mas a equipe OSIRIS-REx relatou que a sonda conseguiu coletar mais. Muito mais.
De acordo com uma postagem do blog NASA, os especialistas que processaram as amostras afirmam que já retiraram e coletaram 70,3 g de material – e isso apesar de a cápsula ainda nem ter sido aberta. Esses 70,3 g vêm apenas da parte externa (e parcialmente interna) do instrumento. “A amostra processada inclui pedras e poeira encontradas na parte externa da cabeça do amostrador, bem como parte da amostra a granel no interior, que foi acessada através da tampa”, disse o relatório.
Embora a OSIRIS-REx não seja a primeira missão a devolver amostras de um asteróide que a humanidade empreendeu – esse título pertence à Hayabusa da JAXA – é a mais difícil. Uma cápsula entregou a maior amostra de um asteróide à Terra e a NASA quer compartilhá-la. A agência entregará 25% dos destroços a mais de 200 cientistas de 25 instituições diferentes, 4% à Agência Espacial Canadense e 0,5% à JAXA. Os aproximadamente 70% restantes serão armazenados no Johnson Space Center para estudo. Por exemplo, como as amostras de rocha lunar da Apollo continuam a ser estudadas décadas depois de os astronautas as terem trazido para a Terra, e fazer descobertas.
Parte da razão pela qual a cápsula contém tantos espécimes de Bennu se deve ao próprio processo de coleta. Quando o amostrador OSIRIS-REx mergulhou na rocha para coletar material, os cientistas ficaram surpresos ao ver que para Ben não era um objeto muito duro e pegajoso. Quando o aparelho entrou em contato com a rocha, uma nuvem de poeira subiu no ar, que quase o engoliu.
É por isso que os cientistas ainda não sabem quantas amostras estão contidas na cápsula OSIRIS-REx. Só saberemos quando o contêiner for finalmente aberto. “Após inúmeras tentativas de remoção, a equipe descobriu que 2 dos 35 suportes no cabeçote TAGSAM não puderam ser removidos com as ferramentas atuais aprovadas para uso no OSIRIS-REx”, relata o NASA. “A equipe trabalhou para desenvolver e implementar novas abordagens para extrair material de dentro do aparelho, continuando a manter a amostra segura e intacta”.
Em geral, os cientistas da OSIRIS-REx têm muitas regras sobre como manusear uma amostra. Todo o trabalho é realizado em um porta-luvas especial, que possui fluxo constante de nitrogênio. Enquanto se desenvolve o procedimento de acesso ao último lote de material, a equipe retirou o cabeçote TAGSAM do fluxo de nitrogênio ativo da caixa e o armazena em um recipiente vedado com o-ring e envolto por um saco hermético de Teflon.
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