Quase dois anos atrás, um meteorito caiu perto da cidade de Winchcombe, em Gloucestershire, na Grã-Bretanha, que recebeu esse nome por causa do local de sua queda. Foi encontrado por cientistas quase imediatamente e enviado para análise. Os pesquisadores estavam bastante céticos sobre este meteorito, pois já estava contaminado com flocos de sal e minerais da terra.
Imediatamente após encontrar a pedra, ela foi embalada em sacos herméticos especiais. Mas mesmo isso não o salvou de mudanças descontroladas devido ao contato com a atmosfera terrestre.
"O meteorito Winchcombe é muitas vezes referido como um espécime 'puro' de um meteorito condrítico CM, e já rendeu excelentes resultados", é a principal autora do estudo, Laura Jenkins, estudante de doutorado na Escola de Ciências Geográficas e da Terra.
Os condritos CM são um subconjunto de condritos ricos em carbono, meteoritos que contêm alguns dos minerais mais antigos do Sistema Solar. Ao cair, o meteorito se partiu e um dos fragmentos foi encontrado em uma calçada da própria cidade, e o outro caiu em um pasto de ovelhas.
No total, cerca de 600 g de meteorito foram removidos. Usando microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia Raman e microscopia eletrônica de transmissão, os cientistas identificaram minúsculos minerais na superfície dos meteoritos. Entre eles, sulfato de cálcio e calcita – duas formas de sal – foram encontrados na amostra de campo. Os pesquisadores encontraram halita, ou sal de mesa, em uma amostra da entrada da garagem.
Sulfato de cálcio e calcita foram encontrados do lado de fora do meteorito, na chamada crosta de fusão, a superfície fundida que se forma quando a rocha é varrida pela atmosfera a dezenas de milhares de quilômetros por hora. Tal arranjo indica que os sais foram formados rapidamente. A halita, por outro lado, apareceu apenas nas superfícies polidas do meteorito, que os pesquisadores poliram em laboratório, sugerindo que o meteorito reagiu ao ar úmido do laboratório.
Com base nessa descoberta, os cientistas recomendam que os meteoritos sejam enviados para armazenamento estável o mais rápido possível e que as amostras recém-descobertas sejam armazenadas em um gás inerte para minimizar reações indesejadas. O meteorito Winchcombe, aliás, tem 4,6 bilhões de anos e, portanto, é mais antigo que a nossa Terra, que tem cerca de 4,54 bilhões de anos.
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