A Ucrânia chamou a Rússia de Estado terrorista no Supremo Tribunal da ONU. Isso aconteceu depois que as audiências começaram no caso do apoio de Moscou aos separatistas pró-Rússia acusados de derrubar o voo MH17 da Malaysia Airlines em 2014.
Foi a primeira reunião entre advogados ucranianos e russos na Corte Internacional de Justiça da ONU, também conhecida como Corte Mundial, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em grande escala em 24 de fevereiro do ano passado. Cada lado enviou equipes jurídicas com dezenas de representantes.
Um painel de 16 juízes da Corte Internacional de Justiça da ONU começou a ouvir a alegação da Ucrânia de que Moscou violou o tratado antiterrorismo da ONU ao equipar e financiar forças pró-Rússia que, segundo investigadores internacionais, derrubaram o avião sobre o território ucraniano na leste, matando todos os 298 passageiros e tripulantes. No mesmo processo, a Ucrânia também pediu ao Tribunal de Haia que obrigasse a Rússia a parar de discriminar o grupo étnico tártaro da Crimeia na península ucraniana, que foi ocupada pela Rússia em 2014.
Como reportado Reuters, em seu discurso introdutório, Anton Korynevich, embaixador geral do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, comentou sobre a destruição da barragem Kakhovskaya HPP no sul da região de Kherson. As autoridades ucranianas afirmam que a barragem foi explodida pela Rússia. Durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, foi relatado que por volta das 2h50 o inimigo realizou uma detonação interna das estruturas do HPP.
"A Rússia não pode nos derrotar no campo de batalha, então escolhe objetos de infraestrutura civil para tentar nos forçar à submissão", disse Anton Korinevych na audiência. "Hoje mesmo, a Rússia explodiu uma grande barragem... o que causou a evacuação da população civil, danos ambientais e ameaça a segurança da usina nuclear de Zaporizhzhia."
Ele acrescentou que "as ações da Rússia são as ações de um estado terrorista".
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, condenou as ações dos russos. "A destruição da represa Kakhovskaya hoje põe em perigo a vida de milhares de civis e causa sérios danos ao meio ambiente. Este é um ato ultrajante que mais uma vez demonstra a crueldade da guerra da Rússia na Ucrânia", escreveu ele em Twitter.
Em Kherson Oblast, as evacuações estão sendo realizadas em áreas de inundação, os anúncios estão sendo feitos usando alto-falantes. Até às 13h00, cerca de 1000 pessoas foram evacuadas pelo Serviço de Emergência do Estado, Polícia Nacional e voluntários. Policiais, juntamente com equipes de resgate do Serviço de Emergência do Estado, realizam patrulhas e ajudam os cidadãos a evacuar para locais seguros. Às 12h30, quatro pontos de evacuação foram implantados em Kherson.
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