Uma cópia digital da Terra pode ajudar os cientistas a modelar melhor o futuro do nosso planeta e encontrar soluções para os problemas causados pelas mudanças climáticas.
O modelo aprimorado, chamado Digital Twin Earth, está sendo desenvolvido pela Agência Espacial Européia (ESA) e seus parceiros com base em dados e imagens de satélites de observação da Terra e sensores no solo. Para a operação confiável do projeto, serão necessários novos algoritmos avançados de inteligência artificial e supercomputadores poderosos, que já estão sendo desenvolvidos.
A ESA lançou o projeto Digital Twin Earth em 2020 e convidou investigadores e empresas de tecnologia de toda a Europa para apresentarem os seus progressos durante um evento denominado PhiWeek, que decorreu de 11 a 15 de outubro. O objetivo deste megamodelo planetário é simular o impacto de vários processos naturais e atividades humanas no planeta e cenários de evolução futura. Na conferência PhiWeek, os parceiros da ESA apresentaram vários modelos parciais - "gêmeos" de menor escala dedicados a diferentes regiões da Terra ou subsistemas.
Por exemplo, um modelo digital da Antártida está sendo desenvolvido por um grupo de cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia. Na declaração dos cientistas, diz-se que 60% de toda a água doce da Terra está localizada na Antártida. Se todo esse gelo derretesse, o nível global do mar aumentaria 58 metros. O duplo digital ajudará os pesquisadores a entender melhor o estado da camada de gelo e estudar o processo de derretimento. Outros gêmeos parciais se concentraram na hidrologia da bacia do rio Po no norte da Itália e na modelagem de seca na África.
O digital ocean twin, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Oceanologia da França, analisa a interação entre as mudanças na atmosfera e o comportamento dos oceanos. Os cientistas usarão esse modelo para estudar os chamados Fortalecimento do Ártico, um fenômeno pouco estudado que faz com que as regiões polares do norte aqueçam duas vezes mais rápido que o resto do mundo.
Os modelos são projetados para serem facilmente acessíveis mesmo para usuários sem conhecimentos técnicos avançados na área de observação da Terra e modelagem climática. Segundo os pesquisadores, os formuladores de políticas devem ser capazes de usar esses modelos para visualizar mudanças nos ecossistemas e modelar as consequências de diferentes decisões.
Por exemplo, a Digital Twin Food Systems modela o impacto das atividades agrícolas no sistema natural, bem como o impacto das flutuações climáticas na produção de alimentos. O Forest Digital Twin foi projetado para criar o modelo mais preciso e realista da cobertura florestal global e estudar as várias funções que as florestas desempenham na vida do planeta, incluindo o armazenamento de dióxido de carbono, que contribui para o aquecimento climático.
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