De acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, o mundo precisa reduzir as emissões de carbono em um quarto até 2030 para evitar os efeitos catastróficos das mudanças climáticas. Os governos e a indústria devem garantir que as emissões de carbono sejam compensadas até 2025. Mesmo assim, o mundo precisa investir em usinas de remoção de CO2 e outras tecnologias de remoção de carbono. Com todas essas medidas em vigor, o mundo ainda pode esperar um aumento mínimo de temperatura de 1,5 grau Celsius nas próximas décadas.
A principal autora do relatório, Sarah Birch, twittou que mesmo a meta de 1,5 grau Celsius era improvável, uma visão compartilhada por outros cientistas do clima. Para atingir esse objetivo, praticamente todos os setores e países devem reduzir rapidamente as emissões. "As emissões médias anuais de gases de efeito estufa nos últimos 10 anos foram as mais altas da história da humanidade. Não vamos limitar o aquecimento a menos de 1,5 grau”, escreveu Burch no Twitter.
Mas o relatório também contém alguns pontos otimistas. Primeiro, os governos e o setor privado pelo menos sabem o que precisam fazer para reduzir o consumo de energia. A questão permanece se as partes interessadas realmente cumprirão suas metas de emissões e farão as mudanças radicais necessárias para evitar o pior cenário.
“Ter as políticas, infraestrutura e tecnologias certas para mudar nossos estilos de vida e comportamentos pode levar a uma redução de 40 a 70% nas emissões de gases de efeito estufa até 2050. Isso abre um potencial inexplorado significativo", escreveu o co-presidente do Grupo de Trabalho do IPCC, Priyadarshi Shukla, no relatório.
Em segundo lugar, embora as emissões globais médias anuais de gases de efeito estufa entre 2010 e 2019 tenham sido as mais altas da história da humanidade, a taxa de crescimento diminuiu. Os países adotaram políticas que reduziram o desmatamento e aumentaram o uso de fontes de energia renováveis. Os custos de energia solar, energia eólica e baterias de íon-lítio também caíram 85% na última década, tornando-as uma opção mais viável do que nunca.
O relatório adverte que até 2050, as energias solar e eólica deverão fornecer a maior parte da energia mundial. O relatório também reflete a opinião da maioria dos cientistas climáticos de que o mundo deve limitar imediata e rapidamente o uso de combustíveis fósseis.
Mas alcançar um consenso global sobre a redução do uso de combustíveis fósseis é mais fácil dizer do que fazer. A China, o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, aumentou seu consumo doméstico de carvão desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, fazendo disparar os preços da energia. Os líderes da UE e dos EUA expressaram preocupação de que a demanda global por carvão só cresça à medida que os países precisam queimar mais carvão devido aos preços mais altos do gás natural.
Ajude a Ucrânia a lutar contra os invasores russos, e a melhor maneira de fazer isso é doar fundos para as Forças Armadas da Ucrânia através Salva vida ou através da página oficial NBU.
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