A missão de mapeamento de galáxias Gaia da Europa registrou os "sons" de terremotos que se espalham pelas superfícies estelares como um tsunami, mudando a forma das estrelas de maneiras que podem ser detectadas da Terra.
Claro que a gravação apresentada pela equipe de pesquisa não é exatamente o som emitido pelas estrelas. Isso é mais uma voz, uma tradução dos dados recebidos em sons. E os cientistas tiveram que "escavar" uma grande massa de informações antes que o registro fosse tornado público.
"Os humanos não podem ouvir as verdadeiras frequências dessas vibrações", — disse Connie Aorts, astrônoma da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, em uma coletiva de imprensa da Agência Espacial Européia. "Nós os multiplicamos artificialmente por um fator enorme (8,6 milhões) para trazê-los ao alcance audível dos ouvidos [humanos]".
Os dados sônicos sobre o terremoto foram divulgados como parte de um grande conjunto de dados da missão Gaia da ESA, que mede as posições precisas, distâncias da Terra, velocidades e trajetórias dos 2 bilhões de estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea. Gaia mede os níveis de brilho das estrelas, e é a partir desses dados que os starquakes foram detectados.
“As vibrações fazem com que o gás estelar se mova para cima e para baixo. Isso altera o brilho da estrela dependendo do tempo. É assim que vemos as estrelas brilhando no céu.".
Os terremotos, que se espalham pela superfície da estrela como uma onda gigante, fazem com que a superfície se mova à medida que gira. De acordo com os astrônomos, estudar esses choques estelares ajudará os astrônomos a entender melhor o que acontece dentro das estrelas.
"As estrelas cintilantes oferecem aos astrônomos uma ferramenta muito poderosa para estudar sua física e química interna", - disse Aorts. "É como um terremoto na Terra. Os sismólogos adoram terremotos quando não são muito fortes porque nos permitem entender o que está acontecendo dentro do nosso planeta. E os astrossismólogos fazem a mesma coisa, mas com estrelas.”.
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