Um grupo de cientistas chineses criou um novo sistema de sensores que imita a ponta de um dedo humano. O sensor, imitando a ponta de um dedo humano, pode determinar a textura do objeto que toca em tempo real. Eventualmente, os cientistas esperam levar isso a um novo nível e permitir que pessoas com próteses experimentem o que o sensor detecta. O desenvolvimento também será útil em robótica.
Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul de Shenzhen (SUSTech), da Universidade Xi'an Xi'an e da Universidade de Houston, o sensor usa tecnologia de inteligência artificial para reconhecer diferentes texturas, incluindo lã, linho, náilon, poliéster e sarja, e exibir os resultados aos usuários em tempo real.
“Um sistema de sensores integrado a uma prótese de dedo pode identificar 20 tecidos comerciais diferentes com 100% de precisão a uma velocidade de deslizamento fixa”, escreveu a equipe em um artigo publicado quarta-feira na revista científica Nature Communications.
O sensor é fixado na ponta do dedo da mão protética. Ao deslizar sobre diferentes tecidos, o sinal é enviado ao computador e analisado por aprendizado de máquina. O resultado do reconhecimento é exibido atualmente na tela. O sensor determina a textura tanto através da pressão estática quanto através de vibrações de alta frequência. Segundo os pesquisadores, esse sistema de sensor único é mais simples e confiável do que os sistemas existentes que exigem o uso de dois sensores integrados a dois conjuntos de sistemas de aquisição de dados.
“Espera-se que tal sistema contribua para o desenvolvimento de tecnologias sensoriais em robótica e próteses e seja potencialmente útil para a reabilitação sensorial de pacientes que usam próteses artificiais com base na aplicação de realidade virtual baseada em sensações táteis e eletrônicos de consumo”, disseram os pesquisadores.
O principal autor do artigo, Guo Chuanfei, professor do Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da SUSTech, disse que a equipe está trabalhando para que os dados do sensor não sejam apenas exibidos em uma tela, mas também para que pessoas com membros protéticos possam sentir o que o sensor detecta. “Transmitir sinais elétricos ao cérebro através dos nervos ainda é uma tarefa tecnológica bastante complexa”, observa Guo Chuanfei. “É por isso que passamos a transmitir sinais para a pele de outras partes do corpo, por exemplo, o braço ou o tórax, o que permite ao cérebro processar as informações recebidas”.
Segundo ele, além de aplicações em robótica e para portadores de próteses, a tecnologia poderá ser utilizada em realidade virtual – por exemplo, o usuário poderá sentir toques remotamente durante videochamadas ou sentir a textura de produtos durante compras online.
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