Os cientistas sonham em encontrar outros planetas que possam ser adequados para sustentar vida. Um fator importante para que um planeta seja habitável é a presença de uma atmosfera. É claro que os cientistas já descobriram exoplanetas rochosos semelhantes à Terra, mas até agora não podem dizer com certeza se pelo menos um deles tem atmosfera. No entanto, um estudo recente demonstrou uma nova forma de detectar a presença de atmosferas em exoplanetas distantes – e concluiu que é mais simples e eficiente do que os métodos anteriores.
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Uma nova técnica pode ajudar a aprender mais sobre as regularidades da formação da atmosfera. “Quando olhamos para um conjunto de dados suficientemente grande, como fizemos este ano com o Telescópio Espacial James Webb, esperamos encontrar tendências que nos ajudem a compreender mais sobre a formação de atmosferas – e o que torna os planetas habitáveis”, afirmam investigadores do Universidade de Chicago.
Quando os cientistas tentam compreender as condições de outros planetas distantes, a primeira coisa que querem saber é se existe uma atmosfera, uma camada de gás que protege o planeta e regula a sua temperatura. Na Terra, por exemplo, a atmosfera redistribui o calor do Sol, tornando-a um local habitável. No entanto, os cientistas não têm forma de ver exoplanetas rochosos perto das suas estrelas, por isso reúnem pistas sobre eles, tais como flutuações na luz à medida que o planeta se move em torno da estrela.
Num novo estudo, os cientistas tentaram um método de busca de atmosferas proposto em 2019. A abordagem utiliza a diferença na temperatura teoricamente calculada do exoplaneta e o índice medido no seu ponto mais quente. À medida que as atmosferas dispersam o calor por toda a superfície dos planetas, elas diminuem a temperatura do lado mais quente do planeta. Os cientistas sugeriram que, se a temperatura real do exoplaneta não for tão alta quanto teoricamente poderia ser, então pode-se presumir que ele possui uma atmosfera que desempenha essa função.
O problema com o método era que, em 2019, os investigadores não tinham as ferramentas para fornecer leituras suficientemente precisas para estas temperaturas. Mas agora temos o Telescópio Espacial James Webb. Oferece uma capacidade melhorada de ver no infravermelho, para que os cientistas possam experimentar este método e determinar a temperatura dos exoplanetas.
Quando os exoplanetas passam em frente das suas estrelas, bloqueiam parte da luz, resultando numa ligeira diminuição no brilho medido da estrela. Quando o planeta passa atrás da estrela, os cientistas registram o brilho máximo do sistema. Quando um planeta cruza uma estrela da nossa perspectiva, podemos capturar a luz emitida pela própria estrela. Ao subtrair esta medição da luz da medição da luz da estrela combinada com a luz do planeta, pode-se calcular o brilho – e portanto a temperatura – do próprio planeta.
Desta forma, os cientistas já estudaram um planeta, GJ1132 b, e descobriram que este não tem atmosfera. Sua temperatura medida estava muito próxima da temperatura máxima calculada, portanto não há nenhum elemento para regular e dissipar essa temperatura.
O novo método não é a única forma de determinar a presença de atmosfera, mas atualmente é mais simples e confiável, pois é menos sujeito a resultados falsos. “Outro método mede a filtragem da luz através da atmosfera do planeta e é mais complexo, pois o resultado pode ser afetado pela atividade da estrela e pela presença de nuvens”, afirmam os cientistas.
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